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GRÊMIO NAVAL

 

CANÇÃO CISNE BRANCO

Letra: SG MB Benedito Xavier de Macedo

Música: 1SG EB Antonino Manuel do Espírito Santo

  

Qual cisne branco que em noite de lua
Vai deslizando num lago azul.
O meu navio também flutua
Nos verdes mares de Norte a Sul.


Linda galera que em noite apagada
Vai navegando num mar imenso
Nos traz saudades da terra amada
Da Pátria minha em que tanto penso.
Qual linda garça que aí vai cruzando os ares
Vai navegando
Sob um belo céu de anil

Minha galera

Também vai cruzando os mares
Os verdes mares,
Os mares verdes do Brasil.


Quanta alegria nos traz a volta
À nossa Pátria do coração
Dada por finda a nossa derrota
Temos cumprido nossa missão.

 

O objetivo do Grêmio

O Grêmio da Cavalaria tem por objetivo proporcionar a oportunidade aos alunos do colégio de conhecer e participar de atividades inerentes a Marinha do Brasil, bem como desenvolver atributos que moldem sua personalidade e caráter, contribuindo assim para a formação e a preparação dos jovens alunos para o futuro.

ALMIRANTE TAMANDARÉ - MARQUÊS DE TAMANDARÉ

“Honra é a força que nos impele a prestigiar nossa personalidade. é o sentimento avançado do nosso patrimônio moral, um misto de brio e de valor. Ela exige a posse da perfeita compreensão do que é justo, nobre e respeitável, para elevação da nossa dignidade; a bravura para desafrontar perigos de toda ordem, na defesa da verdade, do direito e da justiça.” Joaquim Marques Lisboa – Patrono da Marinha.

 

O Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, é o Patrono da Marinha. Toda sua vida foi dedicada a ela, em um período crítico da História do País. Desde muito jovem, participou ativamente da formação do Brasil, destacando-se por seus feitos notáveis. Foi parte importante de uma geração de marinheiros, guerreiros e estadistas a quem devemos nossa maior herança: um grande País, rico em recursos naturais, pátria de uma nação unida por uma cultura e um idioma.

As qualidades de Tamandaré, comprovadas por suas ações bem-sucedidas, são exemplos, não somente para os bons marinheiros, mas para os brasileiros de todos os tempos; relembrá-las é um exercício de patriotismo e inspiração.

Após a Independência do Brasil, proclamada em 7 de setembro de 1822, foi preciso expulsar as tropas lusitanas fiéis às Cortes de Lisboa. Cedo se percebeu a necessidade de criar uma Esquadra brasileira, com homens leais, para projetar poder e obter a adesão da Bahia, do Maranhão, do Pará e da Cisplatina (atual Uruguai). A Guerra da Independência possibilitou a integração nacional, e nela essa Esquadra desempenhou um papel relevante.

A Guerra da Independência possibilitou a integração nacional, e nela essa Esquadra desempenhou um papel relevante. Em 1825, o Brasil entrou em guerra com as Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina, que pretendia anexar a Província Cisplatina, até então parte do território brasileiro, que se revoltara. O conflito terminou em 1828 e teve como desfecho uma arbitragem externa, que deu a independência à Cisplatina, com o nome de Republica Oriental do Uruguai.

A repressão às inúmeras revoltas, que poderiam ter afetado a integridade do território brasileiro, contou com a participação importante do Poder Naval, que foi um elemento fundamental para a manutenção da unidade territorial do Brasil, quando os laços da nacionalidade ainda eram frágeis, e também para a consecução da política imperial além das fronteiras.

Com o avançar do século XIX, a propulsão a vapor foi tomando tal impulso que acabou por impor-se aos mais conservadores chefes navais, temerosos de que a precariedade do abastecimento de carvão limitasse os movimentos de esquadras.

 

DISTINTIVO DA MARINHA

Coroa Naval

A Coroa Naval tem a seguinte descrição:

- Um diadema de ouro, ornamentado de pedrarias, com quatro popas de Galeão e quatro velas redondas, brancas, sendo visíveis apenas uma popa, duas velas e duas meias popas.

1.1 - A Coroa Naval é usada para identificar todos os distintivos da Marinha

 

Distintivo da Marinha do Brasil

O Distintivo da MB tem a seguinte descrição:

- Uma âncora de ouro sobre campo circular azul, limitado por um cabo, em ouro, e encimado pela Coroa Naval. Na parte superior do campo, em letras de ouro, as palavras MARINHA DO BRASIL, dispostas em semicírculo na orla.

2.1 - O distintivo da MB é usado em embarcações miúdas, publicações e papéis de expediente interno; louças e vidros de mesa; e em outros objetos de uso interno na Marinha.

 

A Gente de Bordo

O “Comandante” é a autoridade suprema de bordo. O “Imediato” é o “Oficial executivo do navio”, segundo do Comandante; é o substituto eventual do Comandante: seu substituto Imediato.

A “gente de bordo” se compõe de “Comandante e Tripulação (Oficiais e Guarnição)”. O Imediato e Oficiais constituem a “oficialidade”. Os demais tripulantes constituem a Guarnição. As ordens para o navio emanam do Comandante e são feitas executar pelo Imediato, que é o coordenador de todos os trabalhos de bordo, exercendo a gerência das atividades administrativas..

 

A Hierarquia Naval

No Brasil, o estabelecimento deformação de oficiais do Corpo da Armada, de Intendentes e de Fuzileiros Navais é a Escola Naval. Seus alunos são Aspirantes e dela saem, ao concluírem o curso, como Guardas-Marinha.

A formação de praças é realizada pelas Escolas de Aprendizes-Marinheiros. Os alunos dessas Escolas, após o término do curso, são nomeados Marinheiros.

A unidade de combate naval é o navio. Os Grupamentos de navios constituem as Forças Navais e as Esquadras. Os Almirantes, precipuamente, comandam Forças Navais, grupamentos de navios. Sua hierarquia deve definir a importância funcional do grupamento. Os postos de Almirantes, em sequência ascendente são: Contra-Almirante, Vice-Almirante e Almirante de Esquadra.

O Comando dos navios cabe aos Comandantes. A importância funcional do navio deve definir a hierarquia de seus Comandantes. É mantida tradicionalmente a antiga importância dos navios para combate, classificados de acordo com o número de conveses e canhões de que dispunham: as corvetas, com um convés de canhões; as fragatas, com dois conveses de canhões; e as naus com três conveses de canhões, havendo também, a denominação de navios de linha ou navios de batalha, por serem os que constituíam as linhas de batalha. Daí a hierarquia ascendente dos comandantes, como Capitães de Corveta, Capitães de Fragata e Capitães de Mar e Guerra.

As funções internas nos navios cabem aos tenentes (em hierarquia ascendente: 2° Tenente, 1° Tenente e Capitão-Tenente) e praças (em hierarquia ascendente: Marinheiro, Cabo, 3º Sargento, 2º Sargento, 1º Sargento e Suboficial). Nos navios de maior importância há, ainda, oficiais superiores que exercem funções internas, geralmente na chefia de Departamentos. Navios menores que as corvetas, em geral, são comandados por Capitães-Tenentes.

É interessante notar, entretanto, uma característica ímpar da Marinha: na linguagem verbal, o tratamento normalmente dados aos oficiais da Armada resumem esses nove postos a três: Almirante, Comandante e Tenente.

Divisões de Navios por Classe na MB:

 
Classe
Comando
Tipos de Navios (exemplos)

1ª Classe

Capitão de Mar e Guerra

- Navio-Aeródromo
- Navio de Desembarque

2ª Classe

Capitão de Fragata

- Fragatas
- Submarinos
- Corvetas
- Contratorpedeiros
- Navios-Transporte

3ª Classe

Capitão de Corveta

- Corvetas
- Rebocadores de Alto Mar
- Navios-Patrulha Fluviais

4ª Classe

Capitão-Tenente

- Navios-Varredores
- Navios-Patrulha

 

A Hierarquia da Marinha Mercante

As Escolas responsáveis pela formação de pessoal da Marinha Mercante funcionam nos Centros de Instrução Almirante Graça Aranha, no Rio de Janeiro, e Almirante Braz de Aguiar, em Belém.

Esses estabelecimentos pertencem à Marinha do Brasil, assim como as Capitanias dos Portos, suas Delegacias e Agências, que ministram o Ensino Profissional Marítimo, capacitando profissionais para exercerem atividades a bordo de embarcação marítimas e fluviais.

HIERARQUIA DOS OFICIAIS DE CONVÉS: - Capitão de Longo Curso - Capitão de Cabotagem - 1º Oficial de Náutica - 2° Oficial de Náutica

HIERARQUIA DOS OFICIAIS DE MÁQUINAS: - Oficial Superior de Máquinas - 1° Oficial de Máquinas - 2° Oficial de Máquinas

 

Navios e Barcos

Um navio é uma nave. Conduzir uma nave é navegar, ou seja, a palavra vem do latim navigare, navis (nave) + agere (dirigir ou conduzir).

“Estar a bordo” é estar por dentro da borda de um navio. “Abordar” é chegar à borda para entrar. O termo é mais usado no sentido de entrar a bordo pela força: abordagem. Mas, em realidade, é o ato de chegar a bordo de um navio, para nele entrar. “Pela borda” tem significado oposto. Jogar, lançar pela borda.

Significado natural de barco é o de um navio pequeno (ou um navio é um barco grande...). Mas a expressão poética de um barco tem maior grandeza: “o Comandante e seu velho barco” ou “nosso barco, nossa alma”. Barco vem do latim “barca”. Quem está a bordo, está dentro de um barco ou navio. Está embarcado. Entrar a bordo de um barco, é “embarcar”. E dele sair é “desembarcar”. Uma construção que permita o embarque de pessoas ou cargas para transporte por mar, é uma embarcação.

Um navio de guerra é uma belonave. A palavra vem do latim navis (nave, navio) e bellum (guerra). Um navio de comércio é um navio mercante. A palavra é derivada do latim mercans (comerciante), do verbo mercari (comerciar).

“Aportar” é chegar a um porto. “Aterrar” é aproximar-se de terra. “Amarar” é afastar-se de terra para o mar. “Fazer-se ao mar” é seguir para o mar, em viagem. “Importar” é fazer entrar pelo porto; “exportar” é fazer sair pelo porto. O conceito aplica-se geralmente à mercadoria. Encostar um navio a um cais é “atracar”; tê-lo seguro a uma bóia é “amarrar, tomar a bóia”; prender o navio ao fundo é “fundear”; e fazê-lo com uma âncora é “ancorar” (embora este não seja um termo de uso comum na Marinha do Brasil, em razão de, tradicionalmente, se chamar a âncora de “ferro” - o navio fundeia com o ferro!). Recolher o peso ou a amarra do fundo é “suspender”; desencostar do cais onde esteve atracado é “desatracar”; e largar a bóia onde esteve é “desamarrar ou largar”.

“Arribar” é entrar em um porto que não seja de escala, ou voltar ao ponto de partida; é, também, desviar o rumo na direção para onde sopra o vento. A palavra vem do latim “ad” (para) e “ripa” (margem, costa).

 

O Navio

O navio tem sua vida marcada por fases. O primeiro evento dessa vida é o “batimento da quilha”, uma cerimônia no estaleiro, na qual a primeira peça estrutural que integrará o navio é posicionada no local da construção. “Estaleiro” é o estabelecimento industrial onde são construídos os navios. Como os navios antigos eram feitos de madeira, o local de construção ficava cheio de estilhas, lascas de madeira, estilhaços ou, em castelhano, astillas. Os espanhóis, então, denominaram os estabelecimentos de astileros, que, em português derivou para estaleiros.

Quando o navio está com o casco pronto, na carreira do estaleiro, ele é “lançado ao mar” em cerimônia chamada lançamento. Nesta ocasião é batizado por sua “madrinha” e recebe o nome oficial. O lançamento antigamente era feito de proa; mas os portugueses introduziram o hábito de lançá-lo de popa, existindo também carreiras onde o lançamento é feito de lado, de través; e hoje, devido ao gigantismo dos navios, muitos deles são construídos dentro de diques, que se abrem no momento de fazê-los flutuar.

Os navios de guerra, geralmente, são construídos em Arsenais. “Arsenal” é uma palavra de origem árabe. Vem da expressão ars sina e significa o local onde são guardados petrechos de guerra ou onde os navios atracam para recebê-los. A expressão ars sina deu origem ao termo arsenal, em português, e ao termo darsena que, em espanhol, quer dizer doca. Construído e pronto, o navio é, então, incorporado a uma esquadra, força naval, companhia de navegação ou a quem vá ser responsável pelo seu funcionamento. A cerimônia correspondente é a “incorporação”, da qual faz parte a “mostra de armamento”. Armamento nada tem a ver com armas e sim com armação. Essa mostra, feita pelos construtores e recebedores, consiste em uma inspeção do navio para ver se está tudo em ordem, de acordo com a encomenda. Na ocasião, é lavrado um termo, onde se faz constar a entrega, a incorporação e tudo o que há a bordo. A vida do navio passa, então, a ser registrada em um livro: o “Livro do Navio”, que somente será fechado quando ele for desincorporado.

A armação (ou armamento) corresponde à expressão armar um navio, provê-lo do necessário à sua utilização; e quem o faz é o armador. Em tempos idos, armar tinha a ver com a armação dos mastros e vergas, com suas vestiduras, ou seja, os cabos fixos de sustentação e os cabos de laborar dos mastros, das vergas e do velame (velas). Podia-se armar um navio em galera, em barca, em brigue... A inspeção era rigorosa, garantindo, assim, o uso, com segurança, da mastreação.

Um dos mais conhecidos armadores do mundo foi o provedor de navios, proprietário e mesmo navegador Américo Vespucci. Tão importante é a armação de navios e o comércio marítimo das nações, que a influência de Américo Vespucci foi maior que a do próprio descobridor do novo continente e que passou a ser conhecido como América, em vez de Colúmbia, como seria de maior justiça ao navegador Cristovão Colombo. Assim, Américo, como armador, teve maior influência para denominar o continente, com o qual se estabelecera o novo comércio marítimo, do que Colombo.

Terminada a vida de um navio, ele é desincorporado por “baixa”, da esquadra, da força naval, da companhia de navegação a que pertencia, ou do serviço que prestava. Há, então, uma cerimônia de “desincorporação”, com “mostra de desarmamento”. Diz-se que o navio foi “desarmado”. As companhias de navegação conservam os livros, registros históricos de seus navios. Na Marinha do Brasil (MB), os livros são arquivados na Diretoria de Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM) e servem de fonte de informações a historiadores e outros fins.

 

Características do Navio

Quem entrar a bordo verá que o navio, além do nome, tem uma série de documentos e dimensões que o caracterizam. O nome é gravado usualmente na proa, em ambos os bordos, local chamado de “bochecha”, e na popa. Nos navios de guerra, usualmente, é gravado só na popa. Os navios mercantes levam, também, na popa, sob o nome, a denominação do porto de registro. Os documentos característicos do navio mercante são, entre outros, seu registro (Provisão do Registro fornecida pelo Tribunal Marítimo); apólice de seguro obrigatório; diário de navegação; certificado de arqueação; cartão de tripulação de segurança; termos de vistoria (anual e de renovação ou certificado de segurança da navegação); certificado de segurança de equipamento; certificado de borda livre; certificado de compensação de agulhas e curva de desvio; certificado de calibração de radiogoniômetro com tabela de correção; certificado de segurança rádio; e certificado de segurança de construção.

A cor é muito importante. Antigamente, os navios eram pintados na cor preta. O costume vinha dos fenícios, que tinham facilidade em conseguir betume, e com ele pintavam os costados de seus navios. A pintura era usada, às vezes, com faixas brancas, nas linhas de bordada dos canhões. Somente no fim do século XIX, os navios de guerra abandonaram o preto pelo cinza ou azul acinzentado, cores que procuravam confundir-se com o horizonte ou com o mar das zonas em que navegavam. Entretanto, muitos navios mercantes continuam até os dias de hoje a usar, no costado, a cor preta, principalmente por questão de economia. Era comum, também, navios de guerra pintados por dentro, junto à borda, com a cor vermelha, a fim de que não causasse muita impressão a quantidade de sangue derramada durante o combate, confundida, assim, com as anteparas.

Normalmente, as cores da chaminé, nos navios mercantes, possuem a caracterização da companhia de navegação a que pertencem. Nas embarcações salva-vidas e nas bóias salva-vidas, predomina a preocupação com a visibilidade. Essas embarcações são pintadas, normalmente, de laranja ou amarelo, de modo a serem facilmente vistas. Por esse mesmo motivo, bem como por convenção internacional, para caracterizar a utilização pacífica e não de guerra dos navios (cor cinza), na Antártica é utilizado o vermelho, inclusive nos costados dos navios por seu contraste com o branco do gelo.

A bandeira, na popa, identifica a nacionalidade do navio, país que sobre ele tem soberania. Entretanto, há uma bandeira, na proa, chamada “jeque” (do inglês jack) que identifica, dentro de cada nação soberana, quem tem a responsabilidade sobre o navio. Na nossa Marinha, o jeque é uma bandeira com vinte e uma estrelas - “a bandeira do cruzeiro”. Os navios mercantes usam no jeque a bandeira da companhia a que pertencem; porém, alguns usam a bandeira identificadora de sua companhia na mastreação.

 

A Flâmula de Comando

No topo do mastro dos navios da Marinha do Brasil existe uma flâmula com 21 estrelas. Ela indica que o navio é comandado por um Oficial de Marinha. Se alguma autoridade a quem o Comandante esteja subordinado, organicamente (dentro de sua cadeia de comando) estiver a bordo, a flâmula é arriada e substituída pelo pavilhão-símbolo daquela autoridade.

Também são previstas as seguintes situações para o arriamento da flâmula de comando: quando substituída pela Flâmula de Fim de Comissão, ao término de comissão igual ou superior a seis meses, desde a aterragem do navio ao porto final, até o pôr do sol que se seguir; e por ocasião da Mostra de Desarmamento do Navio.

Finalmente, por ocasião da cerimônia de transmissão de cargo, ocorrerá troca do pavilhão da autoridade exonerada pelo da autoridade que assume, com a salva correspondente, no caso de Almirante Comandante de Força, iniciada após o término do hasteamento da bandeira-insígnia. Após a leitura da Ordem de Serviço da autoridade que assume, proceder-se-á a entrega da bandeira-insígnia utilizada pela autoridade exonerada.

 

Posições Relativas a Bordo

A popa é uma parte do navio mais respeitada que as demais. Nos navios de guerra, todos que entram a bordo pela primeira vez no dia, ou que se retiram de bordo, cumprimentam a Bandeira Nacional na popa, com o navio no porto. Ela está lá por ser a popa o lugar de honra do navio, onde, já nos tempos dos gregos e romanos, era colocado o santuário do navio, com uma imagem ou Puppis, de uma divindade. O termo popa é derivado de PUPPIS.

Os lados do navio são os “bordos” e o de boreste é mais importante que o de bombordo. Nele, desde tempos imemoriais, era feito o governo do navio por uma estaca de madeira em forma de remo, chamada pelos navegantes gregos de Staurus.

Os antigos navegantes noruegueses chamavam a peça de staurr que os ingleses herdaram como steor, denominação dada ao remo que servia de leme, e STEORBORD ao bordo onde era montado, hoje starboard. Ao português, chegou como estibordo. Os brasileiros inverteram a palavra para boreste (Aviso do Almirante ALEXANDRINO, Ministro da Marinha), a fim de evitar confusões com o bordo oposto: bombordo.

A palavra bombordo tem vínculo com o termo da língua espanhola babor que, por sua vez, parece ter origem ou estar relacionada à palavra francesa bâbord. Na Marinha francesa os marinheiros que tinham alojamento a bombordo, eram chamados de babordais e tinham os seus números internos de bordo pares. Ainda hoje, na numeração de compartimentos, quando o último algarismo é par, refere-se a um espaço a bombordo, quando é impar, refere-se a boreste.

As marinhas de língua inglesa, ou a elas relacionadas, não utilizam expressões próximas de bâbord. Balizam o bordo oposto ao do governo de port, ou seja, o bordo onde não estava o leme e que, por esta razão, ficava atracado ao cais, ao porto; daí a expressão port, bordo do porto.

 

Câmara

Os compartimentos do navio são tradicionalmente denominados a partir do principal: a "câmara". Este é o local que aloja o Comandante do navio ou oficial mais antigo presente a bordo, com autoridade sobre o navio, ou ainda, um visitante ilustre, quando tal honra lhe for concedida. Se embarcar num navio o Comandante da Força Naval, esta autoridade maior terá o direito à câmara.

O navio onde embarca o Comandante da Força Naval é chamado capitânia. Seu Comandante passa a denominar-se "Capitão de Bandeira".

 

Camarotes e Afins

Os demais compartimentos de bordo, conforme sua utilização, ganham denominações com diminutivos de câmara: “camarotes”, para alojar Oficiais, e “camarins”, para uso operacional ou administrativo; como, por exemplo, o camarim de navegação, ou o da máquina.

 

Praças e Cobertas

Uns tantos compartimentos são chamados de praças: praça de máquinas, praça d'armas, praça de vaporizadores, etc.

Os alojamentos da guarnição e seus locais de refeição são chamados de "cobertas": coberta de rancho, coberta de praças, etc.

 

Praça D'Armas

O compartimento de estar dos oficiais a bordo, onde também são servidas suas refeições, é denominado "Praça D'armas".

Essa denominação prende-se ao fato de que, nos navios antigos, as armas portáteis eram guardadas nesse local, privativo dos oficiais.

 

A Tolda à Ré

Existem conveses com nomes especiais. Um convés parcial, acima do convés principal na proa é o “convés do castelo”. A denominação é reminiscência do antigo castelo que os navios medievais levavam na proa onde os guerreiros combatiam.

Em certos navios existem mais dois conveses com nomes especiais: “o convés do tombadilho”, que é o convés da parte alta da popa, e o “convés da tolda”.

Nos navios grandes o local onde permanece o Oficial de Serviço, no porto, é chamado “convés da tolda à ré”.

Nele não é permitido a ninguém ficar, exceto o Oficial de Serviço e seus auxiliares.

 

Agulha e Bússola

O navio tem agulha, não bússola.

A origem é antiga. As primitivas peças imantadas, para governo do navio, eram, na realidade, agulhas de ferro, que flutuavam em azeite, acondicionadas em tubos, com uma secção de bambu. Chamavam-se “calamitas”. Como eram basicamente agulhas, os navegantes espanhóis consideravam linguagem marinheira, a denominação de “agulhas”, diferentemente de bússolas, palavra de origem italiana que se referia à caixa - bosso - que continha as peças orientadas.

 

Corda e Cabo

Diz-se que na Marinha não há corda. Tudo é cabo. Cabos grossos e cabos finos, cabos fixos e cabos de laborar..., mas tudo é cabo.

Existem porém, duas exceções: - a corda do sino e - a dos relógios

 

MARINHA DO BRASIL - FOTOS

  

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